segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Mímesis




Ando vagando neste labirinto,
ao qual pertenço, desde que nasci.
Tem sido meu grilhão e minha casa,
e minha salvação e danação.

Ali me assiste horrendo Minotauro,
que dei à luz como meu companheiro.
Ele me nutre de meu próprio sangue,
da carne que acabou de me arrancar.

A cada encontro a besta me sugere
que sou o labirinto em que me perco,
a minha própria pedra de tropeço,

sou estes muros contra os quais me bato,
sou a vertigem a rondar meus olhos,
sou o monstro que me há de devorar.

Obs.: Este poema recebeu o prêmio de segundo colocado no Concurso Literário "Flor do Lácio", do Sitraemg, em 2008.

Leonardo Ramos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

O mural do Albergue não é quadro de mesa de sinuca. Pense antes de postar.