Minha cabeça dói. É por lutar
a ver se alcanço em mim qualquer lembrança
da terra que seria minha herança,
do sítio onde devia ser meu lar.
Meu pensamento é pássaro a voar;
a mente é campo de desesperança
no qual há um pinheiro sem pujança,
onde essa ave insiste em não pousar.
Talvez seja demais, mas me angustia
sentir-me tanto, e tanto deslocado
que, mesmo estando exposto à luz do dia,
não posso ter jamais iluminado
razão alguma que me explicaria
o que me trouxe aonde eu tenho estado.
Leonardo Ramos.
Belos versos para esse impasse do estrangeiro: contagiar-se pelas inúmeras possiblidades que se abrem em seu horizonte, ou deixar que o abandono da situação de ser um deslocado o domine? A saída acaba sendo equilibrar-se nessa linha tênue, ser um sabendo ser também o outro.
ResponderExcluirBom conferir seu Blog, Léo! Você vai se divertir com essa possibilidade, esse "pedacinho" na rede caótica para "chamar de seu". Voltarei mais vezes.
Abraço!