Amiga
Deixa-me ser a tua amiga, Amor,
A tua amiga só, já que não queres
Que pelo teu amor seja a melhor
A mais triste de todas as mulheres.
Que só, de ti, me venha mágoa e dor
O que me importa a mim? O que quiseres
É sempre um sonho bom! Seja o que for,
Bendito sejas tu por mo dizeres!
Beija-me as mãos, Amor, devagarinho...
Como se os dois nascêssemos irmãos,
Aves cantando, ao sol, no mesmo ninho...
Beija-mas bem!... Que fantasia louca
Guardar assim, fechados, nestas mãos,
Os beijos que sonhei pra minha boca!
Florbela Espanca
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Leonardo Ramos.
Ah, eu adorava Florbela Espanca quando era adolescente... E o poema compõe muito bem um cenário bucólico, de belezas sutis, junto ao soneto de Camões, e esses setlists sempre tão primorosos. Destaque para "Everything means nothing to me", do Elliot Smith.
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