quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Vagos sentimentos vespertinos

Amiga

Deixa-me ser a tua amiga, Amor,
A tua amiga só, já que não queres
Que pelo teu amor seja a melhor
A mais triste de todas as mulheres.

Que só, de ti, me venha mágoa e dor
O que me importa a mim? O que quiseres
É sempre um sonho bom! Seja o que for,
Bendito sejas tu por mo dizeres!

Beija-me as mãos, Amor, devagarinho...
Como se os dois nascêssemos irmãos,
Aves cantando, ao sol, no mesmo ninho...

Beija-mas bem!... Que fantasia louca
Guardar assim, fechados, nestas mãos,
Os beijos que sonhei pra minha boca!
Florbela Espanca

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Leonardo Ramos.

Um comentário:

  1. Ah, eu adorava Florbela Espanca quando era adolescente... E o poema compõe muito bem um cenário bucólico, de belezas sutis, junto ao soneto de Camões, e esses setlists sempre tão primorosos. Destaque para "Everything means nothing to me", do Elliot Smith.

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O mural do Albergue não é quadro de mesa de sinuca. Pense antes de postar.