quarta-feira, 6 de julho de 2011

Corpo



Quando é que te verei? Na tua espera
Sou presa desse deus que me devora
Sem pressa, membro a membro; muito embora
Eu permaneça vivo. Ah!, eu quisera

Que no ventre de Cronos – essa fera
De ódio cheia e raiva sem demora –
Eu reencontrasse o meu amor d’outrora,
Assim como, ali, Zeus reouve Hera.

Mas no âmago do Tempo não há nada
Além dum só rochedo – cujo cume
Rapidamente alcanço. Na saliência

Meu corpo entrego – a alma olvidada,
Pendendo entre o frescor de teu perfume
E o infinito abismo de tua ausência.

Leonardo Ramos.

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