segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Nau

Rumor de tempestade. O mar rugia,
tornando, então, fatal a odisseia
da minha humanidade. Escuro o dia,
reuniu-se sobre mim a assembleia

do Olimpo feminino: após o vento
que veio d’Hera, Ártemis cessou
as vagas que trouxessem movimento
à nau que Menelau extraditou.

Assim, parado, sob o pálio escuro,
surgiram dois fanais brilhando, claros,
fazendo meu caminho mais seguro,

pois não existe sorte de cadena,
pendente dos porões os mais amaros,
que não se rompa ao doce olhar de Atena.

Leonardo Ramos.

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